O que significa um estado LAICO?
A palavra laico significa uma atitude crítica e separadora da interferência da religião organizada na vida pública das sociedades contemporâneas.
Que siga os ditames da sua consciência (quer no caso em que se acredite que seja divinamente inspirada, quer pela razão, intuição, estética ou qualquer processo pessoal), ao invés de seguir, ou obedecer cegamente às regras, hierarquias e autoridades morais ou eclesiásticas de uma religião organizada.
Politicamente, poderíamos dividir os países em duas categorias, os laicos e não laicos, nos países politicamente laicos a religião não interfere na política. Países não laicos são teocráticos (forma de governo onde o povo é controlado por um sacerdote ou líder religioso que governa, supostamente, segundo o desejo de uma divindade), e a religião tem papel ativo na política e até mesmo constituição.
Essa visão política está relacionada a laicidade e laicismo (doutrina filosófica que defende e promove a separação do Estado das igrejas e comunidades religiosas, assim como a neutralidade do Estado em matéria religiosa. Não deve ser confundida com o ateísmo de Estado) e o secularismo (Política de separação entre religião e Estado, a partir da idéia de que os sacerdotes e as instituições religiosas não devem ter poder político nem influenciar nas leis).
Olá, muito obrigado pelo seu acesso ao meu Blog.
Seja bem vindo ! Deixe um recado ! Obrigado !!
FOTO DE VARIAS GALAXIAS
segunda-feira, 24 de março de 2008
quinta-feira, 13 de março de 2008
Viva a Liberdade, Viva a Diversidade.
Domingo, Maio 13, 2007
Mario Vargas Llosa E o homem, onde estava?
Em novo livro, Identity and Violence, o indiano Amartya Sen faz análise racional sobre identidade, intolerância e nacionalidade
Em 1944, em Dhaka, Bengala, nessa época ainda parte da Índia, um menino de 11 anos viu, arrastando-se pelo jardim da sua casa, um homem ferido que pedia água. Esse homem se chamava Kader Mia e era um miserável operário muçulmano que, apesar das desordens e matanças que ensangüentavam a cidade, saíra de casa para trabalhar e assim poder alimentar sua família. Na rua, foi linchado por hindus fanáticos simplesmente pelo fato de ser um muçulmano, do mesmo modo que muitos muçulmanos fanáticos degolavam hindus que encontravam no seu caminho. Mia morreu nos braços desse menino e do seu pai na ida para o hospital.
Amartya Sen, o menino da minha história, nunca esqueceu esse episódio e tampouco as matanças de centenas de milhares de pessoas por causa da guerra religiosa desencadeada na Índia entre hindus e muçulmanos, que culminou com o desmembramento do país e o nascimento do Paquistão. O Paquistão que, por sua vez, anos mais tarde, diante das lutas étnicas e regionais sem piedade que irromperam entre os próprios muçulmanos, também se desmembraria, dando nascimento a Bangladesh. Desde então, o futuro economista e filósofo, Prêmio Nobel de Economia, e um dos pensadores liberais mais lúcidos do nosso tempo, aprendeu a desconfiar dessas categorias coletivas - religião, raça, nação, língua, etc., que pretendem definir de modo conclusivo o que é um indivíduo, vendo no que qualificou como 'minimalização do ser humano' uma semente de violência e crime.
'E o homem, onde estava?' , diz um dos versos do Canto Geral, de Pablo Neruda, que guardo na memória desde a primeira vez que o li, ainda adolescente. É a pergunta que parece fazer Amartya Sen em cada uma das páginas do seu último livro, Identity and Violence - The Illusion of Destiny (WW Norton), publicado recentemente numa Inglaterra que - ao voltar depois de quase oito meses - encontrei em plena agitação, desde os atentados à bomba de julho de 2005, às voltas com debates e dilemas envolvendo o multiculturalismo e a existência em solo britânico de comunidades de raças, línguas e credos diferentes. Efetivamente, onde encontrar o homem e a mulher, seres singulares e concretos, de carne e osso, nessas abstrações em que são dissolvidos pelos teóricos, políticos e clérigos coletivistas, para quem a credencial definitiva e determinante de um indivíduo é o fato de ele pertencer a um grupo? Desagregados, desaparecidos, restituídos brutalmente à condição tribal, para serem apenas peças descartáveis do ente gregário, e assim poderem ser melhor odiados ou endeusados.
Reunião de conferências e textos escritos para todos os cantos do mundo, livro é ensaio corajoso e polêmico, que procura fazer com que a análise racional e a sensatez intelectual prevaleçam sobre os atos de fé, os preconceitos e as paixões políticas que geralmente turvam as discussões sobre identidade, multiculturalismo, globalização e nacionalidade, num mundo que, desde os terríveis atentados terroristas de Nova York, Washington, Madri e Londres, está inseguro e confuso em relação a esses temas e que, sobretudo, se cobre de prevenções e suspeitas com uma imigração crescente e irrefreável de pessoas de confissão muçulmana.
Sen relembra que todo ser humano é muitas coisas ao mesmo tempo e quem tentar comprimi-lo numa 'pequena caixinha' - por exemplo, religião, raça ou língua, é desnaturalizá-lo totalmente, e ser condenado a não compreendê-lo. Todos nós pertencemos a muitas coletividades e essa circunstância, ao mesmo tempo que nos aproxima e nos relaciona com um vasto setor, vai também nos diferenciando e afastando de outros (dos quais também somos parte).
E então surge a nossa identidade, a partir de uma combinação muito complexa de circunstâncias que nos são impostas e escolhas que fazemos livremente, com as quais confirmamos ou rechaçamos o que nos foi legado por nascimento, família ou educação e optamos por algo diferente.
As identidades coletivas suprimem arbitrariamente todas essas nuanças, vendo nos seres humanos não criaturas soberanas, com direitos e deveres inerentes à sua individualidade, mas produtos em série, idênticos entre si, privilegiando apenas uma das suas características - por exemplo, ser negro, muçulmano, cristão, branco, budista, judeu, etc. - e abolindo todas as demais. Esse esquartejamento da humanidade em blocos rigidamente diferenciados é perigoso porque estimula o fanatismo dos que se consideram superiores.
Além disso, é uma profunda distorção da realidade humana, principalmente no período moderno, época cujo grande êxito foi justamente ter ampliado o espectro de opções entre as quais o homem e a mulher podem decidir ser diferentes da seita, comunidade ou grupo de onde provêm. A identidade é um processo permanente de recriação.
Eu sou um bom exemplo desse cruzamento de aceitações ou rejeições que, como diz Amartya Sen, constitui a identidade de um indivíduo.
Sou peruano, latino-americano, espanhol, europeu, escritor, jornalista, agnóstico em matéria religiosa e liberal e democrata em termos políticos, individualista, heterossexual, adversário de ditadores e construtivistas sociais - nacionalistas, fascistas, comunistas, islâmicos, indigenistas, etc., defensor do aborto, do casamento gay, do estado laico, da legalização das drogas, do ensinamento da religião nas escolas, do mercado e da empresa privada, com uma fraqueza pelo anarquismo, pelo erotismo, o fetichismo, pela boa literatura e o mal cinema, muito sexo e um bom debate de idéias.
Tudo o que sou se esgota nessa pequena enumeração em que, à primeira vista, são enormes as incoerências e contradições? Não. Eu poderia preencher várias páginas mais, mencionando tudo aquilo que acredito ser e não ser e, com certeza, ainda faltariam muitas coisas. Cada uma delas me solidariza com um bom número de pessoas e me torna inimigo de outras tantas. E desse amálgama de tensões e fraternidades, que nunca se acalma e que está sempre se refazendo, nasce a minha identidade. Qualquer pessoa poderia dizer tantas coisas também sobre si mesma, se fizer uma análise imparcial .
Amartya Sen reconhece que, em determinadas circunstâncias, um dos traços de uma pessoa pode se converter na sua característica mais essencial. Por exemplo, o fato de alguém ser judeu na Alemanha nazista, ou ser negro na África do Sul no período do apartheid, reduzia essa pessoa a isso apenas aos olhos dos algozes racistas, para poderem matá-la ou discriminá-la com a consciência tranqüila. Ser gay entre homófobos ou ateu entre crentes fanáticos obriga uma pessoa a privilegiar essa condição acima das outras, convertendo-se num marginal ou perseguido. Em todos esses casos são os outros, por sua intolerância e seus preconceitos, que impõem essa redução da complexidade e diversidade que é o ser humano, de modo que aquele que se afasta do rebanho sinta todo seu repúdio ou seu ódio.
Em seu livro, o professor Sen - indiano de nascimento, inglês de formação, professor em Harvard e Cambridge, cidadão do mundo por vocação - critica os governos que, como o britânico e o francês, com a melhor intenção, transformaram líderes religiosos em procuradores e interlocutores das comunidades de imigrantes muçulmanos. Não é esta também uma maneira de confinar os imigrantes numa dessas caixinhas gregárias, onde eles perdem a sua individualidade? Se desejamos que os imigrantes se integrem nas sociedades ocidentais, o pior que podemos fazer é entregá-los com pés e mãos atados a esses clérigos entre os quais, com freqüência, figuram os islâmicos mais intolerantes e contrários a qualquer forma de assimilação.
Estou de acordo com os sólidos argumentos de Amartya Sen. Exceto um. Para ele, nem mesmo a cultura, na sua mais ampla acepção - as tradições, a língua, os usos e costumes -, seria um grande obstáculo para uma pessoa poder, soberanamente, optar por alternativas totalmente alheias à sua comunidade. Sem dúvida, o ideal seria que a liberdade pudesse ser exercitada por todos e de modo radical. Mas temo que não seja assim e que, em muitos casos, o fator cultural é o obstáculo maior para um homem ou uma mulher conseguirem romper com a tirania da tribo. Não é impossível que o consigam, mas o preço pode ser muito alto.
Aconselho, para quem colocar isso em dúvida, que leia a autobiografia de Ayaan Hirsi Ali, Infidel, onde ela narra a heróica aventura que foi sua emancipação da opressão religiosa e cultural. Mas o que me deixa entusiasmado é o fato de os dois ensaios mais importantes sobre cultura e liberdade, recém-publicados no Ocidente, terem sido escritos por um indiano e uma somali.
Tradução de Terezinha Martino
Postado por Artigos às 1:24 AM
Marcadores: O Estado de S. Paulo
Mario Vargas Llosa E o homem, onde estava?
Em novo livro, Identity and Violence, o indiano Amartya Sen faz análise racional sobre identidade, intolerância e nacionalidade
Em 1944, em Dhaka, Bengala, nessa época ainda parte da Índia, um menino de 11 anos viu, arrastando-se pelo jardim da sua casa, um homem ferido que pedia água. Esse homem se chamava Kader Mia e era um miserável operário muçulmano que, apesar das desordens e matanças que ensangüentavam a cidade, saíra de casa para trabalhar e assim poder alimentar sua família. Na rua, foi linchado por hindus fanáticos simplesmente pelo fato de ser um muçulmano, do mesmo modo que muitos muçulmanos fanáticos degolavam hindus que encontravam no seu caminho. Mia morreu nos braços desse menino e do seu pai na ida para o hospital.
Amartya Sen, o menino da minha história, nunca esqueceu esse episódio e tampouco as matanças de centenas de milhares de pessoas por causa da guerra religiosa desencadeada na Índia entre hindus e muçulmanos, que culminou com o desmembramento do país e o nascimento do Paquistão. O Paquistão que, por sua vez, anos mais tarde, diante das lutas étnicas e regionais sem piedade que irromperam entre os próprios muçulmanos, também se desmembraria, dando nascimento a Bangladesh. Desde então, o futuro economista e filósofo, Prêmio Nobel de Economia, e um dos pensadores liberais mais lúcidos do nosso tempo, aprendeu a desconfiar dessas categorias coletivas - religião, raça, nação, língua, etc., que pretendem definir de modo conclusivo o que é um indivíduo, vendo no que qualificou como 'minimalização do ser humano' uma semente de violência e crime.
'E o homem, onde estava?' , diz um dos versos do Canto Geral, de Pablo Neruda, que guardo na memória desde a primeira vez que o li, ainda adolescente. É a pergunta que parece fazer Amartya Sen em cada uma das páginas do seu último livro, Identity and Violence - The Illusion of Destiny (WW Norton), publicado recentemente numa Inglaterra que - ao voltar depois de quase oito meses - encontrei em plena agitação, desde os atentados à bomba de julho de 2005, às voltas com debates e dilemas envolvendo o multiculturalismo e a existência em solo britânico de comunidades de raças, línguas e credos diferentes. Efetivamente, onde encontrar o homem e a mulher, seres singulares e concretos, de carne e osso, nessas abstrações em que são dissolvidos pelos teóricos, políticos e clérigos coletivistas, para quem a credencial definitiva e determinante de um indivíduo é o fato de ele pertencer a um grupo? Desagregados, desaparecidos, restituídos brutalmente à condição tribal, para serem apenas peças descartáveis do ente gregário, e assim poderem ser melhor odiados ou endeusados.
Reunião de conferências e textos escritos para todos os cantos do mundo, livro é ensaio corajoso e polêmico, que procura fazer com que a análise racional e a sensatez intelectual prevaleçam sobre os atos de fé, os preconceitos e as paixões políticas que geralmente turvam as discussões sobre identidade, multiculturalismo, globalização e nacionalidade, num mundo que, desde os terríveis atentados terroristas de Nova York, Washington, Madri e Londres, está inseguro e confuso em relação a esses temas e que, sobretudo, se cobre de prevenções e suspeitas com uma imigração crescente e irrefreável de pessoas de confissão muçulmana.
Sen relembra que todo ser humano é muitas coisas ao mesmo tempo e quem tentar comprimi-lo numa 'pequena caixinha' - por exemplo, religião, raça ou língua, é desnaturalizá-lo totalmente, e ser condenado a não compreendê-lo. Todos nós pertencemos a muitas coletividades e essa circunstância, ao mesmo tempo que nos aproxima e nos relaciona com um vasto setor, vai também nos diferenciando e afastando de outros (dos quais também somos parte).
E então surge a nossa identidade, a partir de uma combinação muito complexa de circunstâncias que nos são impostas e escolhas que fazemos livremente, com as quais confirmamos ou rechaçamos o que nos foi legado por nascimento, família ou educação e optamos por algo diferente.
As identidades coletivas suprimem arbitrariamente todas essas nuanças, vendo nos seres humanos não criaturas soberanas, com direitos e deveres inerentes à sua individualidade, mas produtos em série, idênticos entre si, privilegiando apenas uma das suas características - por exemplo, ser negro, muçulmano, cristão, branco, budista, judeu, etc. - e abolindo todas as demais. Esse esquartejamento da humanidade em blocos rigidamente diferenciados é perigoso porque estimula o fanatismo dos que se consideram superiores.
Além disso, é uma profunda distorção da realidade humana, principalmente no período moderno, época cujo grande êxito foi justamente ter ampliado o espectro de opções entre as quais o homem e a mulher podem decidir ser diferentes da seita, comunidade ou grupo de onde provêm. A identidade é um processo permanente de recriação.
Eu sou um bom exemplo desse cruzamento de aceitações ou rejeições que, como diz Amartya Sen, constitui a identidade de um indivíduo.
Sou peruano, latino-americano, espanhol, europeu, escritor, jornalista, agnóstico em matéria religiosa e liberal e democrata em termos políticos, individualista, heterossexual, adversário de ditadores e construtivistas sociais - nacionalistas, fascistas, comunistas, islâmicos, indigenistas, etc., defensor do aborto, do casamento gay, do estado laico, da legalização das drogas, do ensinamento da religião nas escolas, do mercado e da empresa privada, com uma fraqueza pelo anarquismo, pelo erotismo, o fetichismo, pela boa literatura e o mal cinema, muito sexo e um bom debate de idéias.
Tudo o que sou se esgota nessa pequena enumeração em que, à primeira vista, são enormes as incoerências e contradições? Não. Eu poderia preencher várias páginas mais, mencionando tudo aquilo que acredito ser e não ser e, com certeza, ainda faltariam muitas coisas. Cada uma delas me solidariza com um bom número de pessoas e me torna inimigo de outras tantas. E desse amálgama de tensões e fraternidades, que nunca se acalma e que está sempre se refazendo, nasce a minha identidade. Qualquer pessoa poderia dizer tantas coisas também sobre si mesma, se fizer uma análise imparcial .
Amartya Sen reconhece que, em determinadas circunstâncias, um dos traços de uma pessoa pode se converter na sua característica mais essencial. Por exemplo, o fato de alguém ser judeu na Alemanha nazista, ou ser negro na África do Sul no período do apartheid, reduzia essa pessoa a isso apenas aos olhos dos algozes racistas, para poderem matá-la ou discriminá-la com a consciência tranqüila. Ser gay entre homófobos ou ateu entre crentes fanáticos obriga uma pessoa a privilegiar essa condição acima das outras, convertendo-se num marginal ou perseguido. Em todos esses casos são os outros, por sua intolerância e seus preconceitos, que impõem essa redução da complexidade e diversidade que é o ser humano, de modo que aquele que se afasta do rebanho sinta todo seu repúdio ou seu ódio.
Em seu livro, o professor Sen - indiano de nascimento, inglês de formação, professor em Harvard e Cambridge, cidadão do mundo por vocação - critica os governos que, como o britânico e o francês, com a melhor intenção, transformaram líderes religiosos em procuradores e interlocutores das comunidades de imigrantes muçulmanos. Não é esta também uma maneira de confinar os imigrantes numa dessas caixinhas gregárias, onde eles perdem a sua individualidade? Se desejamos que os imigrantes se integrem nas sociedades ocidentais, o pior que podemos fazer é entregá-los com pés e mãos atados a esses clérigos entre os quais, com freqüência, figuram os islâmicos mais intolerantes e contrários a qualquer forma de assimilação.
Estou de acordo com os sólidos argumentos de Amartya Sen. Exceto um. Para ele, nem mesmo a cultura, na sua mais ampla acepção - as tradições, a língua, os usos e costumes -, seria um grande obstáculo para uma pessoa poder, soberanamente, optar por alternativas totalmente alheias à sua comunidade. Sem dúvida, o ideal seria que a liberdade pudesse ser exercitada por todos e de modo radical. Mas temo que não seja assim e que, em muitos casos, o fator cultural é o obstáculo maior para um homem ou uma mulher conseguirem romper com a tirania da tribo. Não é impossível que o consigam, mas o preço pode ser muito alto.
Aconselho, para quem colocar isso em dúvida, que leia a autobiografia de Ayaan Hirsi Ali, Infidel, onde ela narra a heróica aventura que foi sua emancipação da opressão religiosa e cultural. Mas o que me deixa entusiasmado é o fato de os dois ensaios mais importantes sobre cultura e liberdade, recém-publicados no Ocidente, terem sido escritos por um indiano e uma somali.
Tradução de Terezinha Martino
Postado por Artigos às 1:24 AM
Marcadores: O Estado de S. Paulo
terça-feira, 26 de fevereiro de 2008
- Somos Um País Desenvolvido ? -
PORQUE A AMERICA LATINA ESTÁ FICANDO PARA TRAZ :
1)- Crescimento anual :
América Latina -05% nos últimos 05 anos
China -10% nos últimos 30 anos
Índia - 08% nos últimos 10 anos
Europa Oriental – 06% nos últimos 10 anos
2)- Índice de Redução de Pobreza de 1970 para cá:
Ásia.....................de 50% para 19%
América Latina de 43% para apenas 36%
3)- Classificação das 200 melhores Universidades pelo The Times (apenas 03 Latinas) as Universidades Latinas são medíocres, se comparadas com as melhores, ficando :
- A USP em 178° lugar
- A de Campinas em 179° lugar
- A do México em 195° lugar
4)- Alunos Asiáticos nas Faculdades dos Eua aumentam, os Latinos cai :
- Índia tem 84 mil estudantes nos Eua
- China tem 68 mil estudantes nos Eua
- México apenas 14 mil estudantes nos Eua
- Brasil apenas 07 mil estudantes nos Eua
- Venezuela apenas 4,5 mil estudantes nos Eua
5)- Enquanto os Países Asiáticos estão produzindo engenheiros e cientistas em massa, a América Latina produz um grande número de psicólogos, sociólogos e cientistas políticos.]
6)- No mais recente programa internacional de avaliação de testes de leitura, matemática e ciência, para adolescentes de 15 anos, os alunos da América Latina ficaram entre as notas mais baixas do mundo.
7)- Com relação à Educação, Ciência e Tecnologia, a mão de obra dos povos asiáticos e europeus, está cada vez mais qualificada, já a maioria dos paises latinos americanos, nada mudou nos seus ultrapassados sistemas educacionais.
8)- Na china crianças da 3ª série estudam inglês 4 horas por semana. No México o inglês começa na 7ª série com apenas 2 horas por semana.
9)- Divulgação do Banco Interamericano de Desenvolvimento, revelou que somente 1% de todo investimento mundial em pesquisa e desenvolvimento é feito na América Latina. Juntos todos os Paises da Região gastam 11 bilhoes de dólares ao ano, menos que os 12 bilhoes de dólares gastos pela Coréia do Sul.
10)- Finalmente, o crescimento da América Latina vem ocorrendo graças à expansão da economia mundial. Os altos preços das commodities (petróleo, soja e cobre) com o seu melhor desempenho dos últimos 40 anos, fez a Argentina e a Venezuela crescerem em 9% ao ano.
Resumo de José Giachetto Rodrigues
De André Oppenheimer – Livro: Saving the Américas, 200 mil cópias vendidas. SP/27/01/2008
1)- Crescimento anual :
América Latina -05% nos últimos 05 anos
China -10% nos últimos 30 anos
Índia - 08% nos últimos 10 anos
Europa Oriental – 06% nos últimos 10 anos
2)- Índice de Redução de Pobreza de 1970 para cá:
Ásia.....................de 50% para 19%
América Latina de 43% para apenas 36%
3)- Classificação das 200 melhores Universidades pelo The Times (apenas 03 Latinas) as Universidades Latinas são medíocres, se comparadas com as melhores, ficando :
- A USP em 178° lugar
- A de Campinas em 179° lugar
- A do México em 195° lugar
4)- Alunos Asiáticos nas Faculdades dos Eua aumentam, os Latinos cai :
- Índia tem 84 mil estudantes nos Eua
- China tem 68 mil estudantes nos Eua
- México apenas 14 mil estudantes nos Eua
- Brasil apenas 07 mil estudantes nos Eua
- Venezuela apenas 4,5 mil estudantes nos Eua
5)- Enquanto os Países Asiáticos estão produzindo engenheiros e cientistas em massa, a América Latina produz um grande número de psicólogos, sociólogos e cientistas políticos.]
6)- No mais recente programa internacional de avaliação de testes de leitura, matemática e ciência, para adolescentes de 15 anos, os alunos da América Latina ficaram entre as notas mais baixas do mundo.
7)- Com relação à Educação, Ciência e Tecnologia, a mão de obra dos povos asiáticos e europeus, está cada vez mais qualificada, já a maioria dos paises latinos americanos, nada mudou nos seus ultrapassados sistemas educacionais.
8)- Na china crianças da 3ª série estudam inglês 4 horas por semana. No México o inglês começa na 7ª série com apenas 2 horas por semana.
9)- Divulgação do Banco Interamericano de Desenvolvimento, revelou que somente 1% de todo investimento mundial em pesquisa e desenvolvimento é feito na América Latina. Juntos todos os Paises da Região gastam 11 bilhoes de dólares ao ano, menos que os 12 bilhoes de dólares gastos pela Coréia do Sul.
10)- Finalmente, o crescimento da América Latina vem ocorrendo graças à expansão da economia mundial. Os altos preços das commodities (petróleo, soja e cobre) com o seu melhor desempenho dos últimos 40 anos, fez a Argentina e a Venezuela crescerem em 9% ao ano.
Resumo de José Giachetto Rodrigues
De André Oppenheimer – Livro: Saving the Américas, 200 mil cópias vendidas. SP/27/01/2008
- Antes de tudo, o nada -
SP- 17/09/2006
Fred Melo Paiva
'Mas é assim mesmo que funciona.' Se o físico Mário Novello fosse um Marcelo Gleiser, esse poderia ser o seu bordão. Para cada descoberta que faz a ciência, surgem novas e novas perguntas. A cada resposta, supera-se uma velha teoria. Pode parecer que os cientistas erram - 'mas é assim mesmo que funciona'. Novello, de 64 anos, é um cosmólogo e, por definição própria, 'trata de tudo o que existe'. Sua especialidade, ele diz, 'está além da física'. Mais precisamente, faz a sua 'refundação', assim como Einstein fez um dia.Em 1972, quando Mário Novello chegou de um pós-doutorado em Oxford, na Inglaterra, tentou formar no Brasil um grupo de estudos da Cosmologia. Seus colegas não entenderam nada. Pensaram que Novello tinha enveredado pelo caminho da metafísica ou da religião. Não poderiam estar mais enganados. A Cosmologia está hoje na linha de frente das pesquisas sobre a origem do universo - Novello é pesquisador do Instituto de Cosmologia e Relatividade Astrofísica, organismo vinculado ao Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas do Ministério da Ciência e Tecnologia. Filho de imigrantes italianos, é formado pela Universidade Federal do Rio de Janeiro. É autor, entre outros livros, de O que é Cosmologia, que acaba de ser lançado pela Jorge Zahar Editor.Desde o último dia 10/09/06, Mário Novello está envolvido com a 12ª Escola Brasileira de Cosmologia e Gravitação, um encontro internacional que reúne mais de 80 cientistas em Angra dos Reis, no Rio de Janeiro.
Entre oficinas e palestras, ele concedeu ao Aliás (Estado de Sao Paulo) a seguinte entrevista:
Em que ponto está hoje a explicação da ciência para a origem do universo e da vida ?
Desde os anos 30, houve uma certeza que só se confirmou realmente, por razões de observação, nos anos 60:
o universo era um processo - alguma coisa que variava com o tempo.
O volume do universo estava aumentando com o passar do tempo, o que significava que ele fora menor no passado. Imediatamente, surgiu a questão: quão pequeno foi esse volume?
A Teoria da Gravitação - ou da Relatividade Geral - afirmou ser realmente muito pequeno, embora não chegasse a zero.Durante muito tempo, esse momento extremamente reduzido foi identificado como o começo de tudo.
E firmou-se a idéia de que não seria possível, pela ciência, examinar o que teria acontecido antes desse big bang. Isso, claro, era pura ideologia.Tem a ver com religiosidade?
Tem a ver com o fato de que o cientista, como qualquer um de nós, tenta dar uma explicação completa sobre tudo o que existe. A respeito do big bang, dizia-se que o cientista não poderia investigar seu momento inicial porque ele era uma 'singularidade' - este era o termo técnico utilizado. Isso era uma catástrofe para a ciência. É por aí que a religiosidade entrou, inclusive a Igreja Católica, que viu com bons olhos o fenômeno e ainda hoje o considera assim.
O que chamo de pura ideologia é essa tentativa de eliminar a ciência da explicação desse momento inicial. Aconteceu desde os anos 60, com um momento máximo nos anos 80. Mas, a partir dos 90, isso tem decrescido enormemente. Hoje em dia, o big bang já não é mais entendido pelos cientistas como esse momento em que a física não pode ser utilizada. Pelo contrário, é visto como momento de passagem.Como assim?Houve alguma coisa antes e a ciência agora tem de explicar o quê. Existem vários modelos para entender o que teria dado origem àquele momento de condensação máxima. Todos são semelhantes, de forma que podemos visualizá-los de uma forma muito simples: o universo teria colapsado, seu volume então teria diminuído com o tempo, atingindo o momento de condensação máxima. A partir daí, começou a fase atual de expansão. Alguns cientistas, que não tinham querido resolver a questão do big bang, criaram, imediatamente, dois problemas: primeiro, o que teria colapsado? Segundo, por que parou de colapsar e o processo foi invertido para um momento de expansão?
É exatamente assim que caminha a ciência: ela resolve algumas coisas e, se é suficientemente poderosa, cria novas questões.A partir do big bang, como a ciência entende, hoje, o aparecimento da vida?Não sou biólogo, por isso não posso responder definitivamente essa questão. Posso dar uma idéia do meu ponto de vista. A vida requer a existência de longas cadeias de carbono. Ela não se reduz a isso, mas é uma condição. No universo, o carbono só é produzido no interior das estrelas, que são muito quentes - alguns bilhões de graus centígrados. Conseqüentemente, se o carbono estivesse nas estrelas, não seria possível a formação das grandes cadeias e a viabilidade da vida. Assim como o universo, as estrelas também têm seus processos. Nascem, evoluem, morrem. Essas mortes podem acontecer de várias maneiras. Podem, por exemplo, explodir, lançando o carbono no meio inter-estelar. Assim, esse carbono pode encontrar um sítio com temperaturas razoáveis, que possibilita a formação das grandes cadeias. As cadeias, encontrando contextos propícios, podem gerar o fenômeno da vida. Nesse sentido, como disse um astrofísico amigo meu, somos os restos mortais de uma estrela.Você nos dá uma série de explicações para a origem da vida. Mas o papa nos diz que, sem considerar a existência de Deus, as contas não fecham.A ciência não tem por objetivo fechar contas. Isso é concluir o trabalho, mas a ciência é inesgotável, assim como a natureza.Mas a ciência também erra, não?Quando você ouve que Einstein fez uma nova Teoria da Gravitação mostrando que Newton estava errado, não é nada disso o que aconteceu. Newton não estava errado. O que Einstein fez foi determinar que a teoria de Newton se aplica apenas em certas circunstâncias. Por que isso aconteceu?
Porque, do século 17 até o começo do século 20, não tínhamos dados observacionais para mostrar até onde a teoria de Newton era válida. A ciência sempre faz uma extrapolação do que é demonstrado, justamente para que, mais adiante, se possa colocar os limites. Não houve um erro, mas a delimitação da aplicabilidade da teoria. E é assim mesmo que funciona. Hoje, estamos usando a teoria de Einstein em todas as circunstâncias. Ao fazer assim, vamos encontrar - ou não - contradições com a observação ou com outras teorias. Nesse momento, a sua teoria será ultrapassada - mas nunca negada na região onde ela foi compravadamente validada. Dizer que a ciência está sempre errando não é verdade. Ela praticamente nunca corrigiu o passado.
O entendimento do buraco negro é um erro, não?
Sobre isso, há o estudo de um físico russo mostrando que aquele resultado a que Stephen Hawking chegou - e que deu fama a ele - não é verdadeiro. Hawking concluiu que o buraco negro emite radiação e, portanto, não poderia ser negro. Esse cientista chama-se Vladimir Belinski e está aqui no Brasil no momento, em nossa conferência. Fez-se a crítica e é assim mesmo que funciona. Como o fim da história, o fechamento da ciência é uma idéia simplista.No caso do buraco negro, então, a ciência errou.O grande erro foi a transformação de Hawking em mito. Ele foi chamado até mesmo de um novo Einstein. O que Einstein fez durou 100 anos e ainda vai durar algumas décadas. Hawking teve uma mídia internacional fantástica. Uma Breve História do Tempo vendeu 1 milhão de exemplares. Duvido que mais de 300 pessoas tenham entendido aquele livro. O mito Hawking é um problema da sociologia - não tem nada a ver com ciência.
O que é Deus para a ciência?
Numa ciência como a cosmologia, em que se fala sobre tudo o que existe, incluindo o começo do universo, questões que são tradicionais da metafísica ou da religião sempre aparecem. Na verdade, esta foi a razão pela qual durante muito tempo, ao longo do século 20, ela não foi entendida como ciência. Era um tema tratado meio à parte até mesmo pelos físicos. Eles achavam que o objeto da cosmologia - essa totalidade chamada universo - não tinha sentido, porque, ao observá-lo, só podíamos ver um pedaço dele e não sua totalidade. Mais tarde, ficou provado que é possível observar a expansão total do universo. Por isso, muitas pessoas acharam que a idéia do big bang responderia sobre quem é Deus, o que ele faz etc. Mas essa é uma questão de ideologia, para aqueles que tomam o conhecimento científico e o utilizam dentro de uma especificidade que os interessa. A ciência propriamente dita não pode entrar nesse campo. Eu não chegaria ao ponto de dizer, como arrogantemente diziam os mecanicistas do século 18, que Deus é uma hipótese desnecessária na ciência. Isso é uma tolice. Dependendo de como cada pessoa, ou cada cientista, interpreta o que significa Deus, ele pode encontrar na ciência algum ponto de contato com um certo movimento de idéias que ele possa ter a respeito desse Deus. Mas o fato é que o Deus da religião não tem muito espaço dentro da ciência convencional e nem dentro da cosmologia.
O que teria, então, dado origem ao movimento de expansão primordial do big bang? O que veio antes disso?
Hoje em dia, devido aos avanços principalmente da física quântica, temos uma situação incomum. Todos temos uma idéia elementar do que vem a ser o vazio. É, digamos, uma caixa de onde se tirou tudo o que havia dentro e agora não há mais nada. Este é o vazio clássico do mundo cotidiano. Só que o mundo quântico mudou totalmente a maneira de perceber isso. Nele, esse vazio é cheio de potencialidades que podem se realizar. Podemos, assim, substituir o nada por esse vazio quântico, que é instável - os físicos descobriram que ele não pode permanecer como vazio ao longo do tempo. Ele sempre se transforma em alguma coisa real. Passa a existir. Você veja que os cientistas estão lidando com áreas tradicionalmente ocupadas pela metafísica e pela religião. Mas é assim que funciona. Nos séculos 16 e 17, os físicos tiraram dos metafísicos uma série de questões que eles julgavam típicas de sua área de atuação. A religião, até onde posso perceber, escondeu-se atrás do big bang e está ligada à fantástica publicidade que esse fenômeno sofreu a partir dos anos 60. Hoje, através dessa noção quântica do vazio, a grande lição que estamos tirando é a seguinte: não havia escolha - não pode não haver alguma coisa. Se você identifica Deus como aquele que cria, o fato é que não há lugar para Ele nessa nova cosmologia.O mundo árabe foi muito importante para o desenvolvimento, por exemplo, da matemática. Em que medida o fundamentalismo religioso naquela parte do mundo prejudica a evolução científica?
Quando a religião toma a estrutura de poder, isso é uma catástrofe não só para ciência, mas para a sociedade como um todo. Essa sociedade deixa de poder explorar seus caminhos de liberdade e fica amarrada a certos preconceitos. O mundo muçulmano tinha um pensamento original maravilhoso, que infelizmente vem sendo impedido. Este, no entanto, é um exemplo extremo. Do outro lado, os Estados Unidos de Bush também criam barreiras semelhantes, como o movimento criacionista.
Quais são as principais contradições do criacionismo?
Todo esse movimento de idéias utiliza a ciência para demonstrar a existência de uma espécie de engenharia inteligente que arquiteta o universo. Tentam mostrar que, sendo o universo tão fantasticamente organizado, seria um absurdo que tudo isso se desse por acaso. Na verdade, a ciência não diz que é por acaso. Simplesmente a ciência não discute o problema da origem das leis da natureza - e não deve discuti-las mesmo. O que a ciência faz é descobri-las. Nós a descobrimos sem a necessidade de encontrar esquemas que identificam a ordem do mundo como se o pensamento do homem fosse o seu centro - afinal, isso é de uma ingenuidade muito grande.Por que a física moderna é tão estranha ao pensamento convencional?
A mecânica quântica diz que, para você ir de um ponto ao outro, não precisa passar por todos os pontos intermediários. Isso soa aos nossos ouvidos como uma heresia - posso desaparecer do mundo e ir daqui para ali?
Poderia dar centenas de exemplos para mostrar o seguinte: no século 20, a ciência entrou em territórios que estão extraordinariamente fora dos nossos cotidianos.Quais são as conseqüências disso?
Quando contrapomos a física newtoniana à física de Einstein e à da mecânica quântica, ficamos todos chocados. Isso acontece porque a física de Newton é a dos nossos corpos. Ela fala de velocidades típicas das nossas velocidades, temperaturas típicas das nossas temperaturas. Uma frase de sua teoria dizia que, ao colocar um gás dentro de uma caixa, esse gás ocupava todo o volume da caixa. Você pode não entender a razão pela qual o gás faz esse movimento. Mas você entende o que isso quer dizer. Quando se fala sobre as novidades de Einstein e da física quântica, não dá sequer para entender, porque foge completamente do cotidiano. A física moderna está no interior da matéria e no universo, em regiões fantasticamente grandes. Nossa galáxia tem mais de 100 bilhões de estrelas - e é apenas uma galáxia no meio de centenas de bilhões de galáxias que existem no nosso universo observável. Esse tipo de coisa está totalmente fora das nossas dimensões. Freud disse, no começo do século 20, que houve três grandes golpes no orgulho da espécie humana: primeiro, o homem não é o centro do universo; depois, não é um processo único, mas fruto da evolução; terceiro, o próprio Freud ensina que as noções psicológicas e socias no mundo dizem respeito a esquemas irracionais que acontecem em nossos cérebros. Acho que há um quarto grande golpe: teremos de conviver com processos que os cientistas estão descobrindo e que não mais se adequam ao cotidiano. Quando tentam transformar tais processos em linguagem do cotidiano, vira transcedência: ir de um ponto para outro sem passar por pontos intermediários é coisa para fantasmas. A verdade é que o pensamento newtoniano não é o centro do mundo. E a natureza está pouco se ralando se o homem escreveu suas teorias dessa ou daquela maneira. Estamos passando por uma fase de revolução científica em que as contas realmente não fecham e isso é maravilhoso. Não têm mesmo de fechar. O pensamento fechado é sempre corporativista e autoritário.Estes últimos dias, temos sentido na pele a grande oscilação da temperatura. A Europa sofre com verões cada vez mais rigorosos. A degradação do planeta e a sua salvação vai angariar mais gente para o universo religioso ou para o campo da ciência?
No séculos passados, antes da revolução industrial, o movimento científico tinha quase que um comportamento religioso - o cientista se achava em contato direto com alguma coisa que outros chamariam Deus. Cada um, religioso ou cientista, achava-se diante de algo maravilhoso, que transcendia a ele próprio. Talvez seja ingênuo pensar dessa maneira, mas naquela época a sociedade se organizava através de uma espécie de relação respeitosa com a natureza - independentemente do caráter religioso que as pessoas pudessem ter. Por várias razões, essa relação hoje é totalmente diferente. O foco não está mais nos fundamentos da ciência. O que maravilha o mundo é a tecnologia. O pensamento científico, que nos séculos 17, 18 e 19 dialogava com o pensamento religioso ou filosófico, deu origem a algo prático. Cientistas se voltam cada vez mais para a técnica. Isso resultou no distanciamento da natureza, que agora é preenchido outra vez pelo saber religioso. Veja que, curiosamente, no momento da consolidação da grande revolução científica que houve a partir do começo do século 20, surge um pensamento religioso cada vez mais forte. Estou apenas querendo dizer que, ao invés de se ter um conhecimento sobre o urânio, produziu-se a bomba atômica.
Fred Melo Paiva
'Mas é assim mesmo que funciona.' Se o físico Mário Novello fosse um Marcelo Gleiser, esse poderia ser o seu bordão. Para cada descoberta que faz a ciência, surgem novas e novas perguntas. A cada resposta, supera-se uma velha teoria. Pode parecer que os cientistas erram - 'mas é assim mesmo que funciona'. Novello, de 64 anos, é um cosmólogo e, por definição própria, 'trata de tudo o que existe'. Sua especialidade, ele diz, 'está além da física'. Mais precisamente, faz a sua 'refundação', assim como Einstein fez um dia.Em 1972, quando Mário Novello chegou de um pós-doutorado em Oxford, na Inglaterra, tentou formar no Brasil um grupo de estudos da Cosmologia. Seus colegas não entenderam nada. Pensaram que Novello tinha enveredado pelo caminho da metafísica ou da religião. Não poderiam estar mais enganados. A Cosmologia está hoje na linha de frente das pesquisas sobre a origem do universo - Novello é pesquisador do Instituto de Cosmologia e Relatividade Astrofísica, organismo vinculado ao Centro Brasileiro de Pesquisas Físicas do Ministério da Ciência e Tecnologia. Filho de imigrantes italianos, é formado pela Universidade Federal do Rio de Janeiro. É autor, entre outros livros, de O que é Cosmologia, que acaba de ser lançado pela Jorge Zahar Editor.Desde o último dia 10/09/06, Mário Novello está envolvido com a 12ª Escola Brasileira de Cosmologia e Gravitação, um encontro internacional que reúne mais de 80 cientistas em Angra dos Reis, no Rio de Janeiro.
Entre oficinas e palestras, ele concedeu ao Aliás (Estado de Sao Paulo) a seguinte entrevista:
Em que ponto está hoje a explicação da ciência para a origem do universo e da vida ?
Desde os anos 30, houve uma certeza que só se confirmou realmente, por razões de observação, nos anos 60:
o universo era um processo - alguma coisa que variava com o tempo.
O volume do universo estava aumentando com o passar do tempo, o que significava que ele fora menor no passado. Imediatamente, surgiu a questão: quão pequeno foi esse volume?
A Teoria da Gravitação - ou da Relatividade Geral - afirmou ser realmente muito pequeno, embora não chegasse a zero.Durante muito tempo, esse momento extremamente reduzido foi identificado como o começo de tudo.
E firmou-se a idéia de que não seria possível, pela ciência, examinar o que teria acontecido antes desse big bang. Isso, claro, era pura ideologia.Tem a ver com religiosidade?
Tem a ver com o fato de que o cientista, como qualquer um de nós, tenta dar uma explicação completa sobre tudo o que existe. A respeito do big bang, dizia-se que o cientista não poderia investigar seu momento inicial porque ele era uma 'singularidade' - este era o termo técnico utilizado. Isso era uma catástrofe para a ciência. É por aí que a religiosidade entrou, inclusive a Igreja Católica, que viu com bons olhos o fenômeno e ainda hoje o considera assim.
O que chamo de pura ideologia é essa tentativa de eliminar a ciência da explicação desse momento inicial. Aconteceu desde os anos 60, com um momento máximo nos anos 80. Mas, a partir dos 90, isso tem decrescido enormemente. Hoje em dia, o big bang já não é mais entendido pelos cientistas como esse momento em que a física não pode ser utilizada. Pelo contrário, é visto como momento de passagem.Como assim?Houve alguma coisa antes e a ciência agora tem de explicar o quê. Existem vários modelos para entender o que teria dado origem àquele momento de condensação máxima. Todos são semelhantes, de forma que podemos visualizá-los de uma forma muito simples: o universo teria colapsado, seu volume então teria diminuído com o tempo, atingindo o momento de condensação máxima. A partir daí, começou a fase atual de expansão. Alguns cientistas, que não tinham querido resolver a questão do big bang, criaram, imediatamente, dois problemas: primeiro, o que teria colapsado? Segundo, por que parou de colapsar e o processo foi invertido para um momento de expansão?
É exatamente assim que caminha a ciência: ela resolve algumas coisas e, se é suficientemente poderosa, cria novas questões.A partir do big bang, como a ciência entende, hoje, o aparecimento da vida?Não sou biólogo, por isso não posso responder definitivamente essa questão. Posso dar uma idéia do meu ponto de vista. A vida requer a existência de longas cadeias de carbono. Ela não se reduz a isso, mas é uma condição. No universo, o carbono só é produzido no interior das estrelas, que são muito quentes - alguns bilhões de graus centígrados. Conseqüentemente, se o carbono estivesse nas estrelas, não seria possível a formação das grandes cadeias e a viabilidade da vida. Assim como o universo, as estrelas também têm seus processos. Nascem, evoluem, morrem. Essas mortes podem acontecer de várias maneiras. Podem, por exemplo, explodir, lançando o carbono no meio inter-estelar. Assim, esse carbono pode encontrar um sítio com temperaturas razoáveis, que possibilita a formação das grandes cadeias. As cadeias, encontrando contextos propícios, podem gerar o fenômeno da vida. Nesse sentido, como disse um astrofísico amigo meu, somos os restos mortais de uma estrela.Você nos dá uma série de explicações para a origem da vida. Mas o papa nos diz que, sem considerar a existência de Deus, as contas não fecham.A ciência não tem por objetivo fechar contas. Isso é concluir o trabalho, mas a ciência é inesgotável, assim como a natureza.Mas a ciência também erra, não?Quando você ouve que Einstein fez uma nova Teoria da Gravitação mostrando que Newton estava errado, não é nada disso o que aconteceu. Newton não estava errado. O que Einstein fez foi determinar que a teoria de Newton se aplica apenas em certas circunstâncias. Por que isso aconteceu?
Porque, do século 17 até o começo do século 20, não tínhamos dados observacionais para mostrar até onde a teoria de Newton era válida. A ciência sempre faz uma extrapolação do que é demonstrado, justamente para que, mais adiante, se possa colocar os limites. Não houve um erro, mas a delimitação da aplicabilidade da teoria. E é assim mesmo que funciona. Hoje, estamos usando a teoria de Einstein em todas as circunstâncias. Ao fazer assim, vamos encontrar - ou não - contradições com a observação ou com outras teorias. Nesse momento, a sua teoria será ultrapassada - mas nunca negada na região onde ela foi compravadamente validada. Dizer que a ciência está sempre errando não é verdade. Ela praticamente nunca corrigiu o passado.
O entendimento do buraco negro é um erro, não?
Sobre isso, há o estudo de um físico russo mostrando que aquele resultado a que Stephen Hawking chegou - e que deu fama a ele - não é verdadeiro. Hawking concluiu que o buraco negro emite radiação e, portanto, não poderia ser negro. Esse cientista chama-se Vladimir Belinski e está aqui no Brasil no momento, em nossa conferência. Fez-se a crítica e é assim mesmo que funciona. Como o fim da história, o fechamento da ciência é uma idéia simplista.No caso do buraco negro, então, a ciência errou.O grande erro foi a transformação de Hawking em mito. Ele foi chamado até mesmo de um novo Einstein. O que Einstein fez durou 100 anos e ainda vai durar algumas décadas. Hawking teve uma mídia internacional fantástica. Uma Breve História do Tempo vendeu 1 milhão de exemplares. Duvido que mais de 300 pessoas tenham entendido aquele livro. O mito Hawking é um problema da sociologia - não tem nada a ver com ciência.
O que é Deus para a ciência?
Numa ciência como a cosmologia, em que se fala sobre tudo o que existe, incluindo o começo do universo, questões que são tradicionais da metafísica ou da religião sempre aparecem. Na verdade, esta foi a razão pela qual durante muito tempo, ao longo do século 20, ela não foi entendida como ciência. Era um tema tratado meio à parte até mesmo pelos físicos. Eles achavam que o objeto da cosmologia - essa totalidade chamada universo - não tinha sentido, porque, ao observá-lo, só podíamos ver um pedaço dele e não sua totalidade. Mais tarde, ficou provado que é possível observar a expansão total do universo. Por isso, muitas pessoas acharam que a idéia do big bang responderia sobre quem é Deus, o que ele faz etc. Mas essa é uma questão de ideologia, para aqueles que tomam o conhecimento científico e o utilizam dentro de uma especificidade que os interessa. A ciência propriamente dita não pode entrar nesse campo. Eu não chegaria ao ponto de dizer, como arrogantemente diziam os mecanicistas do século 18, que Deus é uma hipótese desnecessária na ciência. Isso é uma tolice. Dependendo de como cada pessoa, ou cada cientista, interpreta o que significa Deus, ele pode encontrar na ciência algum ponto de contato com um certo movimento de idéias que ele possa ter a respeito desse Deus. Mas o fato é que o Deus da religião não tem muito espaço dentro da ciência convencional e nem dentro da cosmologia.
O que teria, então, dado origem ao movimento de expansão primordial do big bang? O que veio antes disso?
Hoje em dia, devido aos avanços principalmente da física quântica, temos uma situação incomum. Todos temos uma idéia elementar do que vem a ser o vazio. É, digamos, uma caixa de onde se tirou tudo o que havia dentro e agora não há mais nada. Este é o vazio clássico do mundo cotidiano. Só que o mundo quântico mudou totalmente a maneira de perceber isso. Nele, esse vazio é cheio de potencialidades que podem se realizar. Podemos, assim, substituir o nada por esse vazio quântico, que é instável - os físicos descobriram que ele não pode permanecer como vazio ao longo do tempo. Ele sempre se transforma em alguma coisa real. Passa a existir. Você veja que os cientistas estão lidando com áreas tradicionalmente ocupadas pela metafísica e pela religião. Mas é assim que funciona. Nos séculos 16 e 17, os físicos tiraram dos metafísicos uma série de questões que eles julgavam típicas de sua área de atuação. A religião, até onde posso perceber, escondeu-se atrás do big bang e está ligada à fantástica publicidade que esse fenômeno sofreu a partir dos anos 60. Hoje, através dessa noção quântica do vazio, a grande lição que estamos tirando é a seguinte: não havia escolha - não pode não haver alguma coisa. Se você identifica Deus como aquele que cria, o fato é que não há lugar para Ele nessa nova cosmologia.O mundo árabe foi muito importante para o desenvolvimento, por exemplo, da matemática. Em que medida o fundamentalismo religioso naquela parte do mundo prejudica a evolução científica?
Quando a religião toma a estrutura de poder, isso é uma catástrofe não só para ciência, mas para a sociedade como um todo. Essa sociedade deixa de poder explorar seus caminhos de liberdade e fica amarrada a certos preconceitos. O mundo muçulmano tinha um pensamento original maravilhoso, que infelizmente vem sendo impedido. Este, no entanto, é um exemplo extremo. Do outro lado, os Estados Unidos de Bush também criam barreiras semelhantes, como o movimento criacionista.
Quais são as principais contradições do criacionismo?
Todo esse movimento de idéias utiliza a ciência para demonstrar a existência de uma espécie de engenharia inteligente que arquiteta o universo. Tentam mostrar que, sendo o universo tão fantasticamente organizado, seria um absurdo que tudo isso se desse por acaso. Na verdade, a ciência não diz que é por acaso. Simplesmente a ciência não discute o problema da origem das leis da natureza - e não deve discuti-las mesmo. O que a ciência faz é descobri-las. Nós a descobrimos sem a necessidade de encontrar esquemas que identificam a ordem do mundo como se o pensamento do homem fosse o seu centro - afinal, isso é de uma ingenuidade muito grande.Por que a física moderna é tão estranha ao pensamento convencional?
A mecânica quântica diz que, para você ir de um ponto ao outro, não precisa passar por todos os pontos intermediários. Isso soa aos nossos ouvidos como uma heresia - posso desaparecer do mundo e ir daqui para ali?
Poderia dar centenas de exemplos para mostrar o seguinte: no século 20, a ciência entrou em territórios que estão extraordinariamente fora dos nossos cotidianos.Quais são as conseqüências disso?
Quando contrapomos a física newtoniana à física de Einstein e à da mecânica quântica, ficamos todos chocados. Isso acontece porque a física de Newton é a dos nossos corpos. Ela fala de velocidades típicas das nossas velocidades, temperaturas típicas das nossas temperaturas. Uma frase de sua teoria dizia que, ao colocar um gás dentro de uma caixa, esse gás ocupava todo o volume da caixa. Você pode não entender a razão pela qual o gás faz esse movimento. Mas você entende o que isso quer dizer. Quando se fala sobre as novidades de Einstein e da física quântica, não dá sequer para entender, porque foge completamente do cotidiano. A física moderna está no interior da matéria e no universo, em regiões fantasticamente grandes. Nossa galáxia tem mais de 100 bilhões de estrelas - e é apenas uma galáxia no meio de centenas de bilhões de galáxias que existem no nosso universo observável. Esse tipo de coisa está totalmente fora das nossas dimensões. Freud disse, no começo do século 20, que houve três grandes golpes no orgulho da espécie humana: primeiro, o homem não é o centro do universo; depois, não é um processo único, mas fruto da evolução; terceiro, o próprio Freud ensina que as noções psicológicas e socias no mundo dizem respeito a esquemas irracionais que acontecem em nossos cérebros. Acho que há um quarto grande golpe: teremos de conviver com processos que os cientistas estão descobrindo e que não mais se adequam ao cotidiano. Quando tentam transformar tais processos em linguagem do cotidiano, vira transcedência: ir de um ponto para outro sem passar por pontos intermediários é coisa para fantasmas. A verdade é que o pensamento newtoniano não é o centro do mundo. E a natureza está pouco se ralando se o homem escreveu suas teorias dessa ou daquela maneira. Estamos passando por uma fase de revolução científica em que as contas realmente não fecham e isso é maravilhoso. Não têm mesmo de fechar. O pensamento fechado é sempre corporativista e autoritário.Estes últimos dias, temos sentido na pele a grande oscilação da temperatura. A Europa sofre com verões cada vez mais rigorosos. A degradação do planeta e a sua salvação vai angariar mais gente para o universo religioso ou para o campo da ciência?
No séculos passados, antes da revolução industrial, o movimento científico tinha quase que um comportamento religioso - o cientista se achava em contato direto com alguma coisa que outros chamariam Deus. Cada um, religioso ou cientista, achava-se diante de algo maravilhoso, que transcendia a ele próprio. Talvez seja ingênuo pensar dessa maneira, mas naquela época a sociedade se organizava através de uma espécie de relação respeitosa com a natureza - independentemente do caráter religioso que as pessoas pudessem ter. Por várias razões, essa relação hoje é totalmente diferente. O foco não está mais nos fundamentos da ciência. O que maravilha o mundo é a tecnologia. O pensamento científico, que nos séculos 17, 18 e 19 dialogava com o pensamento religioso ou filosófico, deu origem a algo prático. Cientistas se voltam cada vez mais para a técnica. Isso resultou no distanciamento da natureza, que agora é preenchido outra vez pelo saber religioso. Veja que, curiosamente, no momento da consolidação da grande revolução científica que houve a partir do começo do século 20, surge um pensamento religioso cada vez mais forte. Estou apenas querendo dizer que, ao invés de se ter um conhecimento sobre o urânio, produziu-se a bomba atômica.
- Pensamentos Polêmicos -
O médico vê o homem em toda a sua fraqueza; o jurista o vê em toda a sua maldade; o teólogo, em toda a sua imbecilidade.” Schopenhauer
Governar acorrentando a mente através do medo de punição em outro mundo é tão baixo quanto usar a força.” Hipácia
“Não acredito que, medindo vantagens e desvantagens, a crença religiosa tenha sido uma força a favor do bem. Embora esteja disposto a admitir que em certas épocas e lugares produziu bons resultados, considero-a pertencente à infância do raciocínio humano, a uma fase de desenvolvimento que já estamos superando.” Bertrand Russell
O fanatismo é a única forma de força de vontade acessível aos fracos.” Nietzsche
Não tenho medo das perguntas difíceis: tenho pavor das respostas fáceis.” A. Malcot
Homens convictos são prisioneiros.” Nietzsche
Não confio em gente que sabe exatamente o que Deus quer que elas façam. Sempre coincide com aquilo que elas próprias desejam.” Susan Brownell Anthony
“Mitologia é o nome que damos às religiões dos outros.” Joseph Campbell
Os crentes não acreditam nas religiões e nos deuses dos outros.
O maior pecado contra a mente humana é acreditar em coisas sem evidências. A ciência é somente o supra-sumo do bom-senso – isto é, rigidamente precisa em sua observação e inimiga da lógica falaciosa.” Thomas H. Huxley
Governar acorrentando a mente através do medo de punição em outro mundo é tão baixo quanto usar a força.” Hipácia
“Não acredito que, medindo vantagens e desvantagens, a crença religiosa tenha sido uma força a favor do bem. Embora esteja disposto a admitir que em certas épocas e lugares produziu bons resultados, considero-a pertencente à infância do raciocínio humano, a uma fase de desenvolvimento que já estamos superando.” Bertrand Russell
O fanatismo é a única forma de força de vontade acessível aos fracos.” Nietzsche
Não tenho medo das perguntas difíceis: tenho pavor das respostas fáceis.” A. Malcot
Homens convictos são prisioneiros.” Nietzsche
Não confio em gente que sabe exatamente o que Deus quer que elas façam. Sempre coincide com aquilo que elas próprias desejam.” Susan Brownell Anthony
“Mitologia é o nome que damos às religiões dos outros.” Joseph Campbell
Os crentes não acreditam nas religiões e nos deuses dos outros.
O maior pecado contra a mente humana é acreditar em coisas sem evidências. A ciência é somente o supra-sumo do bom-senso – isto é, rigidamente precisa em sua observação e inimiga da lógica falaciosa.” Thomas H. Huxley
- Que coisa Grande ! -
Informações sobre o cosmos (nosso universo) cedidas por grandes cientistas contemporâneos:
-em um segundo, a luz percorre 300.000 KM (trezentos mil quilômetros).
-ou 7(sete) voltas em torno da terra
-O Sol está distante a 8(oito) minutos Luz da Terra
-Em um ano ela (luz) atravessa 10(dez) trilhões de quilômetros que chamamos de Ano Luz.
-A estrela mais próxima (Beta Andrômeda) está a setenta e cinco anos luz de distância da Terra. A luz que vemos agora, levou setenta e cinco anos atravessando a escuridão do espaço interestelar em sua longa viagem para a Terra. Se esta estrela tiver explodido na terça-feira passada, levaremos setenta e cinco anos para sabê-lo. Esta informação viajando com a velocidade da Luz, levará setenta e cinco anos para atravessar as enormes distancias interestelares. Existe quasares, galáxias, a mais de oito bilhões de anos-luz de distancia da Terra. O que estamos vendo hoje, demorou para chegar aqui, 8 bilhoes de anos.
-Há algumas centenas de bilhões de galáxias, cada uma contendo em média uma centena de bilhão de estrelas.
-Cada galáxia tem em torno de um trilhão de estrelas
-Portanto existe um bilhão de trilhão de estrelas.
-Há muito mais galáxias do que pessoas.
-Um punhado de areia contem cerca de 10.000 grãos, mais do que o número de estrelas que podemos ver a olho nu, em uma noite clara.
-Enquanto isso o Universo é rico, o número total de estrelas é maior do que todos os grãos de areia de todas as praias do planeta terra.
Bom chega de números.
E daí, quais as suas conclusões ??
Você sabia, você tinha idéia dessas informações ??
Tem muito mais, nos estudos da cosmologia !!
Porque se fala tão pouco dessas informações cosmológicas, nas escolas ??
-em um segundo, a luz percorre 300.000 KM (trezentos mil quilômetros).
-ou 7(sete) voltas em torno da terra
-O Sol está distante a 8(oito) minutos Luz da Terra
-Em um ano ela (luz) atravessa 10(dez) trilhões de quilômetros que chamamos de Ano Luz.
-A estrela mais próxima (Beta Andrômeda) está a setenta e cinco anos luz de distância da Terra. A luz que vemos agora, levou setenta e cinco anos atravessando a escuridão do espaço interestelar em sua longa viagem para a Terra. Se esta estrela tiver explodido na terça-feira passada, levaremos setenta e cinco anos para sabê-lo. Esta informação viajando com a velocidade da Luz, levará setenta e cinco anos para atravessar as enormes distancias interestelares. Existe quasares, galáxias, a mais de oito bilhões de anos-luz de distancia da Terra. O que estamos vendo hoje, demorou para chegar aqui, 8 bilhoes de anos.
-Há algumas centenas de bilhões de galáxias, cada uma contendo em média uma centena de bilhão de estrelas.
-Cada galáxia tem em torno de um trilhão de estrelas
-Portanto existe um bilhão de trilhão de estrelas.
-Há muito mais galáxias do que pessoas.
-Um punhado de areia contem cerca de 10.000 grãos, mais do que o número de estrelas que podemos ver a olho nu, em uma noite clara.
-Enquanto isso o Universo é rico, o número total de estrelas é maior do que todos os grãos de areia de todas as praias do planeta terra.
Bom chega de números.
E daí, quais as suas conclusões ??
Você sabia, você tinha idéia dessas informações ??
Tem muito mais, nos estudos da cosmologia !!
Porque se fala tão pouco dessas informações cosmológicas, nas escolas ??
- A Nossa Eliminação -
NÓS SALVAREMOS A HUMANIDADE ???
- O desenvolvimento e manufatura de armas de destruição de massa (bombas atômicas), é realizado por pessoas que recebem altos salários ( pré-requisitos do poder) e honras públicas nos mais altos níveis disponíveis em nossas sociedades.
- São pessoas protegidas e anônimas, os governos lhe dão proteção e os isentam de qualquer responsabilidade por suas ações.
- O segredo militar torna este setor o mais difícil de qualquer sociedade a ser controlado pelos seus cidadãos. Se não sabemos o que fazem é muito difícil impedi-los.
- Estas indústrias militares hostis, observando-se umas às outras, o mundo se descobre impelido na direção da última destruição do empreendimento humano.
- Satélites assassinos, armas de emissão de partículas laser, bombas de nêutrons, mísseis de cruzeiro.
- Ouvimos as análises racionais oferecidas pelas superpotências nucleares. Sabemos quem responde pelas Nações.
Mas quem o faz pela espécie humana ?
Quem responde pelo planeta Terra ?
- Somos todos reféns nucleares, todos os povos da Terra !!
Não deveríamos como uma sociedade racional despender mais para a compreensão e prevenção, do que na preparação para uma próxima guerra ??
Cabe-nos fazer todo o esforço para compreender que os nossos companheiros, em todo o mundo, são seres humanos. Devemos ansiar por desafiar corajosamente o juízo social, político, econômico e religioso.
- Nós mamíferos, afagamos, abraçamos, acariciamos, mimamos, cuidamos e amamos as nossas crias (este comportamento é essencialmente desconhecido entre os répteis).
No entanto, possuímos em nosso cérebro uma parte reptiliana, antiga e profunda(o complexo R) responsável pela raiva assassina.
Trata-se de um conflito entre nossas paixões e o que é algumas vezes chamado de nossos instintos mais puros, isto é, entre a parte reptliana do cérebro e as partes mamíferas e humana.
- O equilíbrio do Terror, iniciado pelos Estados Unidos e a Rússia, mantém como refém todos os cidadãos da Terra. Este equilíbrio é muito delicado e depende que as coisas corram bem, que não haja erros e que as nossas paixões reptilianas não surjam com muita força.
-Se os jovens possuírem o seu caminho, as sociedades desenvolverão adultos que apresentarão pouca tolerância pela agressão, pela territorialidade, pela hierarquia ritual e social. Cada um de nós, pode dar uma contribuição pessoal e tranqüila ao futuro do mundo, abraçando as nossas crianças com ternura. Lutarmos contra o abuso delas, considerando estes abusos como crimes contra a humanidade.
-Há mundos onde a vida nunca surgiu, há mundos que foram reduzidos a carvão e arruinados por catástrofes cósmicas. Somos afortunados: estamos vivos, somos poderosos, o bem estar da nossa civilização e da nossa espécie está em nossas mãos. Se não nos responsabilizarmos pela Terra, quem o fará ?? Senão nos comprometermos pela nossa responsabilidade quem o fará ??
Trabalho realizado por José Giachetto Rodrigues (rgiachetto@hotmail.com)Resumo de algumas idéias coletadas por Carl Sagan, diretor do laboratório para estudos planetários e professor de Astronomia e Ciências Espaciais na Cornell University .
- O desenvolvimento e manufatura de armas de destruição de massa (bombas atômicas), é realizado por pessoas que recebem altos salários ( pré-requisitos do poder) e honras públicas nos mais altos níveis disponíveis em nossas sociedades.
- São pessoas protegidas e anônimas, os governos lhe dão proteção e os isentam de qualquer responsabilidade por suas ações.
- O segredo militar torna este setor o mais difícil de qualquer sociedade a ser controlado pelos seus cidadãos. Se não sabemos o que fazem é muito difícil impedi-los.
- Estas indústrias militares hostis, observando-se umas às outras, o mundo se descobre impelido na direção da última destruição do empreendimento humano.
- Satélites assassinos, armas de emissão de partículas laser, bombas de nêutrons, mísseis de cruzeiro.
- Ouvimos as análises racionais oferecidas pelas superpotências nucleares. Sabemos quem responde pelas Nações.
Mas quem o faz pela espécie humana ?
Quem responde pelo planeta Terra ?
- Somos todos reféns nucleares, todos os povos da Terra !!
Não deveríamos como uma sociedade racional despender mais para a compreensão e prevenção, do que na preparação para uma próxima guerra ??
Cabe-nos fazer todo o esforço para compreender que os nossos companheiros, em todo o mundo, são seres humanos. Devemos ansiar por desafiar corajosamente o juízo social, político, econômico e religioso.
- Nós mamíferos, afagamos, abraçamos, acariciamos, mimamos, cuidamos e amamos as nossas crias (este comportamento é essencialmente desconhecido entre os répteis).
No entanto, possuímos em nosso cérebro uma parte reptiliana, antiga e profunda(o complexo R) responsável pela raiva assassina.
Trata-se de um conflito entre nossas paixões e o que é algumas vezes chamado de nossos instintos mais puros, isto é, entre a parte reptliana do cérebro e as partes mamíferas e humana.
- O equilíbrio do Terror, iniciado pelos Estados Unidos e a Rússia, mantém como refém todos os cidadãos da Terra. Este equilíbrio é muito delicado e depende que as coisas corram bem, que não haja erros e que as nossas paixões reptilianas não surjam com muita força.
-Se os jovens possuírem o seu caminho, as sociedades desenvolverão adultos que apresentarão pouca tolerância pela agressão, pela territorialidade, pela hierarquia ritual e social. Cada um de nós, pode dar uma contribuição pessoal e tranqüila ao futuro do mundo, abraçando as nossas crianças com ternura. Lutarmos contra o abuso delas, considerando estes abusos como crimes contra a humanidade.
-Há mundos onde a vida nunca surgiu, há mundos que foram reduzidos a carvão e arruinados por catástrofes cósmicas. Somos afortunados: estamos vivos, somos poderosos, o bem estar da nossa civilização e da nossa espécie está em nossas mãos. Se não nos responsabilizarmos pela Terra, quem o fará ?? Senão nos comprometermos pela nossa responsabilidade quem o fará ??
Trabalho realizado por José Giachetto Rodrigues (rgiachetto@hotmail.com)Resumo de algumas idéias coletadas por Carl Sagan, diretor do laboratório para estudos planetários e professor de Astronomia e Ciências Espaciais na Cornell University .
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